Tenho percebido que aprender a ser sozinho é tão necessário quanto tomar pelo menos um litro de água ao dia. Existem necessidades humanas que nunca nos foram contadas e entender que se permitir estar só é uma delas, não porque a solidão é uma escolha positiva, mas por ser um preparo para que o abandono não venha a ser fatal.
É fundamental experimentar a elegância de estar só num domingo à noite, afinal você pode dedicar uma vida inteira a uma pessoa que um belo dia acordará e dirá que não te ama mais. Ou que encontrou algo melhor em algum lugar qualquer e você já não é mais prioridade. Assim, de repente. Isso vale para relacionamentos, amizade e até mesmo família. A pessoa que mais deveria te amar pode ir embora. A pessoa que mais deveria te proteger também pode te arruinar. É uma constante. E não importa as lembranças do que foi bom, tampouco importa o quanto somos capazes de amar alguém, às vezes é necessário se permitir dizer ‘’adeus’’ àquele que já decidiu não contar mais com você.
A gente vence, mas a gente também perde o tempo todo. A gente perde para a vida. A gente perde para a morte. A gente perde pessoas mas você percebe que elas nunca foram nossas? Então, qual a filosofia da perda? Percebo que nada há de ser eterno, tudo é temporário, é ciclico e duvidoso. Mas fato é: você também pode ser uma perda irrecuperável. Pense nisso!
A verdade nua e crua é que as pessoas vem e vão, mas no final do dia é você quem fica para amenizar suas feridas. Então, fica claro que a dor da perda implica no quanto já nos perdemos daquilo que nunca deveria ser perdido: nós mesmos. Quantas vezes você atropelou seus sentimentos e vontades por alguém? Sacrificar a si pelo outro é um ato velado. A gente sequer tem tempo ideal para conhecer alguém de verdade, já que uma encarnação inteira é insuficiente para conhecermos a nós mesmos. Nos surpreendemos com a nossa capacidade de errar, mas também de nos perdoar. É absurda a ideia do quanto somos capazes de nos dedicar ao outro e incapazes de nos dedicar a nós mesmos na mesma proporção.
Então, percebo que às vezes vale a pena permitir que as pessoas te percam ao invés de insistir em convencê-las do seu valor. E quando o outro parte, o que você deixou para você?
As pessoas erram com a gente e, acredite, isso não nos dá o direito de, em sã consciência, errar com elas como um "pagar na mesma moeda". Quer saber? Não revide, o preço de ser o opressor custa caro demais e não é você quem deve pagar essa conta.
Espere o melhor se você entende que pode emanar boas energias (isso é sobre você), mas prepare-se para o pior porque, apesar disso, você não pode controlar o que o outro tem a te oferecer (isso é sobre o outro). E assim é.
Até o próximo texto!
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